terça-feira, 14 de abril de 2015

Estamos cada vez mais inteligentes?


Estudo divulgado pela publicação científica Intelligence traz novas provas de que, em muitos casos, os filhos podem ser mais espertos que os pais. Os pesquisadores – Peera Wongupparaj, Veena Kumari e Robin Morris, da Universidade Kings College, de Londres – não pediram testes de QI, mas colheram dados de mais de 200 mil participantes, feitos nos últimos 64 anos, em 48 países.



Focados em uma parte do teste de QI, o das Matrizes Progressivas de Raven, eles descobriram que, em média, a inteligência dos seres humanos aumentou o equivalente a 20 pontos desde 1950. Considerando que a pontuação média de um teste de QI é 100, esse é um aumento significativo. Os “ganhos de inteligência” ocorreram de forma mais rápida em países em desenvolvimento, com os maiores saltos acontecendo na China e na Índia. Já no mundo desenvolvido, o crescimento do QI tem sido mais contido.

A nova pesquisa é uma confirmação real de uma tendência que os cientistas identificaram há algum tempo.

Em 1982, o filósofo e psicólogo James Flynn analisou os manuais americanos para testes de QI e percebeu que esses testes eram revisados a cada 25 anos ou mais – assim, os organizadores conseguiram observar um cenário que colocasse lado a lado os testes antigos e os novos.

Os testes estavam ficando mais difíceis. Porém, a média de pontuação ainda permaneceu estável em 100. Ou seja, eram pessoas mais inteligentes. Uma explicação possível tem a ver com as mudanças na educação. Na maioria dos países desenvolvidos, mais pessoas estão ficando por um período mais longo na escola, e os métodos de ensino evoluíram – não se resumem simplesmente a memorizar nomes, datas e fatos. Parece razoável supor que a educação esteja treinando as pessoas a pensar mais.

Outra questão a ser considerada é que, com o tempo, os alunos ficam acostumados com a pressão de provas e com o fato de serem testados o tempo todo, e eles aprendem táticas de exames que ajudam a melhorar o desempenho.

Há ainda o fenômeno do "hothouse parenting" – pais que incentivam seus filhos a aprenderem mais rapidamente coisas avançadas para a idade deles –, o que também pode ser um fator para o crescimento do QI das novas gerações. E idosas vivem em geral com mais saúde, o que pode ter um efeito no desempenho delas nas provas.

Flynn admite que o padrão na Europa ainda é meio confuso, mas tem uma ideia sobre o porquê de os índices de QI continuarem a aumentar nos Estados Unidos. "Acho que a sociedade americana tem diferenças econômicas e sociais maiores do que na Escandinávia. Há, por exemplo, americanos negros que frequentam péssimas escolas e vivem em condições extremamente desfavoráveis."

Fonte: BBC

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