terça-feira, 26 de maio de 2015

Como o cérebro consegue acompanhar a modernidade?

Desenvolvimentos trazidos pelo grande avanço tecnológico nas últimas décadas, como Internet, redes sociais e smartphones, se juntam a vários outros surgidos ao longo de séculos que obrigaram o cérebro humano a se adaptar, recrutando o trabalho de circuitos e estruturas neuronais originalmente construídas para atender outras demandas. Esta capacidade de flexibilizar e combinar o uso de diversas regiões cerebrais para cumprir novas finalidades é alvo de diversos estudos na área da neurociência social.



Para Thalia Wheatley e Carolyn Parkinson, autoras de uma das pesquisas mais recentes, esta “reutilização” de áreas do cérebro para novas finalidades pode ser dividida basicamente em três tipos, cada um atuando em diferentes escalas de tempo. O primeiro, que classificaram como “reaproveitamento evolucionário”, também é observado em animais e consiste em “usar o que está à mão” para resolver um novo problema. Tais mudanças aconteceriam lentamente, ao curso de várias gerações, e emergiriam graças a processos de seleção natural, daí seu nome. Segundo elas, um exemplo disso em humanos é sua natureza altamente gregária, não vista na grande maioria de outras espécies de animais, que nos faz predispostos a cooperar e formar fortes e prolongados laços com outras pessoas sem fins reprodutivos e mantê-los mesmo à distância.

Já as outras duas formas de reaproveitamento de estruturas cerebrais para atender novas demandas seriam exclusivas de humanos e baseadas em nossas próprias habilidades cognitivas. A primeira delas, batizada “reaproveitamento cultural”, estaria relacionada aos processos pelos quais adquirimos invenções culturais, como linguagem, apreciação musical ou sistemas religiosos, durante nossas vidas. De acordo com as pesquisadoras, um exemplo claro disso é a leitura, em que regiões do cérebro que evoluíram para diferenciar rostos e formas de objetos, capacidades que foram fundamentais à nossa sobrevivência, são cooptadas e por vezes até “sequestradas” para fazer o reconhecimento de letras e sinais gráficos.

Por fim, há ainda o que elas classificaram como “reaproveitamento instrumental”, em que constantemente usamos de forma criativa e intencional antigas estruturas cerebrais para influenciar nosso comportamento e o dos outros. É o caso, por exemplo, de mecanismos usados para chamar a atenção para problemas globais, como pobreza, fome, doenças ou as mudanças climáticas. Quando apresentadas de forma ampla e racional, tais questões não costumam provocar fortes reações, mas quando somos colocados à frente de um único e claro exemplo de vítimas delas, entram em ação circuitos cerebrais associados a comportamentos sociais básicos herdados dos tempos em que vivíamos em pequenas comunidades de caçadores-coletores, numa estratégia muito usada em campanhas de doação ou alerta para enfrentá-las.

“Estes reaproveitamentos nos permitem fazer muito com pouco”, conclui Thalia.

Fonte: O Globo
Imagem: Reprodução da Internet

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Novo idioma é estímulo para raciocínio das crianças

Não precisa ter medo de colocar o seu filho pequeno para aprender uma segunda língua. Isso não vai atrapalhar os outros aprendizados da criança. Pelo menos é o que garantem alguns especialistas. O entendimento mais recente é que quanto mais cedo o primeiro contato com o novo idioma, mais facilmente ele irá conseguir se expressar e melhor tende a ser a capacidade de raciocínio também em outras matérias.



Os três anos de idade é o ápice para aprender outro idioma. Se a novidade vier nessa fase seu filho poderá pensar e se expressar como um nativo. Por volta dos onze anos o processo vai ficando mais complicado e a situação se agrava a partir dos quinze. Segundo estudo promovido pela empresa de educação e tecnologia Rosetta Stones, em 2011, além da pronúncia próxima a de um nativo, as crianças alfabetizadas em inglês podem apresentar maior quociente de inteligência (QI), e também há a possibilidade de prevenir doenças senis, como Alzheimer.

A pesquisa identificou, ainda, maior facilidade, proatividade e rapidez de escolhas, por exemplo. “O cérebro é mais estimulado quando há o ensino de duas línguas ao mesmo tempo”, é o que garante a neuropsicóloga e professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Sylvia Ciasca. Quando se aprende uma língua, naturalmente o circuito da leitura se une ao da escrita. No caso de aprender mais de um idioma, esse processo se potencializa. Além disso, se o pequeno aprender outras matérias, como matemática, em outra língua, isso também pode proporcionar maior estímulo e motivação para outros estudos.

Sylvia considera que não há malefícios na alfabetização em duas línguas ao mesmo tempo, mas que é importante dar preferência para a língua materna. Caso a criança apresente dificuldades, como confusão com sons e grafias próximas das línguas, deve-se ter cuidado. “O importante é sempre respeitar o tempo de cada criança”, ressalta.

Outro levantamento feito por cientistas da Kings College e da Brown University, divulgado no "Journal of Neuroscience", explica que crianças têm mais facilidade para aprender outro idioma antes dos quatro anos de idade, quando as ligações entre os neurônios se desenvolvem para processar novas palavras.

Fonte: Terra Educação
Imagem: Reprodução da Internet

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Pesquisa descobre as bases neurais da atração e da rejeição

Entre os seres humanos, a receptividade ou rejeição a uma abordagem depende de muitos fatores, da aparência e idade a questões culturais e socioeconômicas. Pesquisadores do Centro Champalimaud para o Desconhecido, em Lisboa, decidiram observar diretamente as mudanças no funcionamento do cérebro de fêmeas de camundongos ao longo de seus ciclos reprodutivos em busca de mais pistas.



A líder do estudo, Susana Lima, conta que o comportamento das fêmeas de camundongos muda dramaticamente durante as diferentes fases de seu ciclo reprodutivo, chamado de ciclo estral. Para investigar quais são as bases neurais por trás dos comportamentos, os pesquisadores se focaram no funcionamento do hipotálamo, região do cérebro que regula muitas questões instintivas, como se alimentar e dormir. Eles registraram a atividade dos neurônios na área do hipotálamo relacionada ao comportamento sociossexual ao longo do ciclo estral das fêmeas de camundongos durante encontros tanto com machos quanto com outras fêmeas, descobrindo que ela muda dramaticamente dependendo da fase do período reprodutivo.

“Quando a fêmea não estava em um estado receptivo, a atividade dos neurônios foi similar nos encontros sociais com machos e outras fêmeas. Mas, quando a fêmea estava num estado receptivo, a atividade dos neurônios aumentou apenas quando elas interagiam com os machos”, conta Kensaku Nomoto, integrante da equipe do laboratório de Susana e coautor do estudo.

Em humanos, os efeitos destes estados hormonais na atração ou rejeição ainda são bem controversos, mas estudos como este podem ajudar a jogar luz nos circuitos cerebrais que mediam estes comportamentos.

Fonte: O Globo
Imagem: Reprodução da Internet

terça-feira, 12 de maio de 2015

Editora investe na criatividade dos colaboradores

Muitas vezes, em nosso dia a dia, repetimos afazeres sem nos dar conta. Fazer  sempre as mesmas coisas da mesma forma acaba gerando uma sensação ruim de comodismo e falta de novidades na vida. Por isso, às vezes é preciso fugir um pouco do convencional e exercitar a criatividade em nossas mentes. 

Toda semana, na Editora HTC, ocorre uma reunião com os colaboradores, em que, no final, um dos membros leva uma contribuição – algo que seja interessante e que deseje compartilhar com os colegas. E a proposta da reunião de hoje foi justamente ter um momento diferente, realizando uma atividade que as pessoas não estão mais acostumadas.  Usando uma folha branca, tinta e com a ajuda apenas dos pés, cada “artista” desenhou uma imagem que representa algo importante em sua vida, e este foi o resultado: