Ao participar hoje (16) da entrega do 27° Prêmio Jovem Cientista – que teve como tema Água: Desafios da Sociedade, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre o desafio do consumo sustentável da água e lembrou que o Nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos. Segundo ela, embora não seja possível combater a seca, é preciso criar mecanismos para minimizar seus efeitos.

Proposta vencedora
As dificuldades históricas enfrentadas em razão da escassez de água no Semiárido brasileiro serviram de inspiração para o projeto científico do estudante José Leôncio de Almeida Silva, 23 anos, aluno do curso de agronomia da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), no Rio Grande do Norte. Ele é o vencedor da categoria ensino médio do 27º Prêmio Jovem Cientista, cujas premiações estão sendo entregues hoje (16), em solenidade no Palácio do Planalto. Esta edição abordou o tema Água: Desafios da Sociedade.
Na pesquisa, ele desenvolveu uma solução de água salina proveniente do Aquífero Calcário Jandaíra – principal manancial e uma das maiores reservas de água dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte – misturada à água usada no abastecimento urbano e disponível em menor quantidade, com o objetivo de irrigar os solos do Semiárido. O experimento foi usado na plantação de milho e sorgo – duas das culturas que mais crescem no Nordeste – adotadas por produtores locais como forragem, alimento para os animais.
"A falta de água, principalmente de boa qualidade, na região me motivou a desenvolver esse projeto. Descobrimos que, misturando água salina à água do abastecimento, obedecendo determinadas proporções, e utilizando a solução na irrigação das culturas, reduzem-se fatores como produtividade e área foliar (tamanho da folha), mas não se interfere no teor proteico, o que é um ótimo resultado, já que a forragem servirá de alimento para animais”, explica o pesquisador.
Entenda melhor sobre o uso consciente de recursos hídricos
Trecho do livro Geografia Geral, da Editora HTC:
O uso irracional da água feito pelas sociedades modernas tem colocado em risco o abastecimento da população do planeta. O despejo de lixo, esgoto, metais pesados, fertilizantes, defensivos agrícolas e o desperdício são as principais causas da degradação sofrida pelos corpos hídricos nos dois últimos séculos.
O excesso de nutrientes (nitratos e fosfatos) lançados em rios ou lagos contribui para a proliferação de bactérias consumidoras de oxigênio, tal fenômeno é conhecido como eutrofização e pode provocar grande desequilíbrio nos ecossistemas aquáticos.
A agricultura é a atividade que mais consome água e, portanto, é a grande responsável pela degradação desse recurso. O uso mais racional, principalmente no que diz respeito às técnicas de irrigação, aumentaria a sustentabilidade desse recurso.
Outro aspecto importante relaciona-se ao uso inadequado das margens dos rios. A retirada da vegetação natural que protege rios e lagos tem contribuído para a aceleração de um processo conhecido como assoreamento, onde sedimentos (areia, cascalho, plásti- cos, pneus etc) caem ou são despejados nos corpos hídricos. A preservação das margens dos rios é uma necessidade também social, pois várias cidades, durante o período chuvoso, sofrem enchentes decorrentes, entre outros fatores, do assoreamento dos rios que atravessam tais cidades.
Autores de Geografia Geral: Thalis Perez, Walmir Perez, César Berçott
Nenhum comentário:
Postar um comentário